Prolasos vaginais são bastante comuns na população, principalmente em mulheres acima dos 50 anos de idade e são decorrentes de alterações na estrutura de sustentação dos orgãos da cavidade pélvica, incluindo uretra, bexiga, útero, intestinos, sigmóide e reto. O principal responsável por manter os orgãos na posição adequada é um conjunto de músculos chamado de levantador do ânus. Além destes músculos, existem uma série de ligamentos que também ajudam na sustentação dos orgãos.
Quando ocorre uma fraqueza no levantador do ânus e nos ligamentos, os orgãos da cavidade pélvica tendem a sair pela vagina devido a constante pressão exercida pelo abdômen sobre eles.
Quando a BEXIGA está prolpsada, chamamos de CISTOCELE;
Quando o ÚTERO está prolpsado, chamamos de PROLASO UTERINO;
Quando o INTESTINO está prolpsado, chamamos de ENTEROCELE;
Quando o RETO está prolpsado, chamamos de RETOCELE;
Alguns fatores que levam ao enfraquecimento ou relaxamento desses músculos e ligamentos são: histerectomia (retirada do útero), cirurgias vaginais ou abdominais prévias, múltiplos partos vaginais, parto prolongado, obesidade e menopausa, e idade acima dos 50 anos.
Sintomas: Mulheres com prolapso vaginal geralmente não percebem o problema até o prolapso se tornar acentuado. Nessa ocasião, a mulher percebe uma protuberância (como uma bola) saindo pela vagina, sensação de peso na vagina, desconforto vaginal, dor durante a relação sexual e constipação intestinal.
A incontinência urinária pode ser o primeiro sintoma de que o suporte do assoalho pélvico não está adequado. Em torno de 40% das pacientes com incontinência urinária apresentam algum tipo de prolapso vaginal. A incontinência urinária de esforço e, menos frequentemente, incontinência fecal, devem ser corrigidas juntamente com o prolapso, tendo em vista que são decorrentes do mesmo problema de suporte.
Se você notou a presença de alguma alteração como as referidas acima, procure um médico especialista para realizar uma avaliação. O exame físico é uma das principais formas de diagnóstico, podendo ser auxiliado por alguns exames, como por exemplo a Ressonância nuclear magnética com e sem esforço.
Esta fraqueza muscular é algo que não pode ser corrigido com exercícios, sendo necessário tratamento cirúrgico para reforçar as estruturas e o suporte da parede vaginal e ligamentos de sustentação.
Como o problema é generalizado em todo o assoalho pélvico, geralmente os prolapsos aparecem associados. Ou seja, vários órgãos prolapsados ao mesmo tempo, podendo cada um apresentar um grau diferente de protusão pela vagina. Desta forma, o tratamento de prolapsos deve ser feito em conjunto, visando restaurar a anatomia de todo o assoalho pélvico.
Além disso, a correção dos prolapsos pode ser feita totalmente pela vagina, totalmente pelo abdômen ou utilizando as duas abordagens combinadas. A cirurgia totalmente por via vaginal permite menor desconforto e menor período de recuperação, quando comparada com cirurgia abdominal. Mulheres com prolapso de útero acentuado geralmente necessitam realizar histerectomia para ajudar na correção. Esse procedimento também pode ser feito pela vagina na maioria dos casos.