01/out/2008
Considerações Gerais
O hormônio sexual masculino é conhecido pelo nome de testosterona que é responsável pelos caracteres que identificam o homem: voz, barba, pelos, musculatura e pomo de Adão dentre outras.
Aproximadamente 95 % da testosterona que circula no sangue é produzida por um grupo de células específicas (células de Leydig) presentes nos testículos. O controle da secreção é feito por um outro hormônio produzido na hipófise – hormônio luteinizante (LH). Os 5% da testosterona restante são produzidos na glândula supra – renal.
A deficiência androgênica do envelhecimento masculino (DAEM) ou andropausa, como é conhecida por analogia a menopausa feminina, ocorre porque com o passar dos anos os níveis de testosterona disponível tendem a cair de maneira lenta e progressiva.
Importante notar que a maioria dos homens idosos não apresentam sintomas e não necessitam de reposição hormonal. Os sintomas associados com a queda de testosterona incluem, diminuição da libido, fadiga, irritabilidade, diminuição de massa e forca muscular e diminuição da densidade óssea. Desta forma, a decisão de realizar reposição hormonal deve ser feita após cuidadosa avaliação por um médico Urologista.
Nos últimos anos, os homens tem tomada consciência da andropausa devido grande divulgação pela imprensa. Com isso, muitos homens após os 40 anos de idade tem procurado realizar reposição hormonal e ainda, muitos perguntam se existem vantagens na realização da reposição hormonal. Interessante notar que os sintomas da deficiência hormonal são relativamente inespecíficos, ou seja, uma pessoa sedentária em situação de stress e sem noites adequadas de sono podem apresentar sintomas semelhantes aos descritos acima. Desta forma, para determinar se realmente existe necessidade de reposição hormonal deve-se procurar um Urologista de confiança.
A reposição hormonal para tratamento da DAEM é algo relativamente novo na medicina e necessita de maiores estudos para comprovação dos reais benefícios, principalmente se pensarmos em utilizar essa estratégia em larga escala populacional. O tratamento da deficiencia hormonal da mulher (menopausa) é um exemplo típico disso. Durante muitos anos as mulheres foram orientadas que a reposição hormonal era algo “bom” milhões de mulheres no mundo todo receberam terapia de reposição hormonal por muitos anos. Entretanto, estudos controlados com grande numero de mulheres mostrou que a reposição hormonal era acompanhada de inúmeros riscos, entre eles infarto do miocárdio, derrame cerebral (AVC), trombose, câncer mama e de útero. Isso levou a uma reavaliação da utilização da reposição hormonal em mulheres.
Hoje estamos vivendo o mesmo problema com relação aos homens, muita divulgação, com pouca explicação e poucos estudos com seguimento de longo prazo.
O que sabemos hoje:
REPOSIÇÃO HORMONAL E CÂNCER DE PRÓSTATA
A reposição hormonal não gera um câncer na próstata. Entretanto, se o paciente possuir um câncer a reposição hormonal levará ao crescimento deste. Assim, o acompanhamento deve ser feito de perto por um urologista.
Efeitos Benéficos
Quando bem indicada a reposição hormonal proporciona grandes benefícios. Entre eles:
Ossos : No geral o uso de testosterona diminui a taxa de degradação óssea e aumenta a densidade do mesmo.
Composição corporal e força: Com a reposição hormonal ocorre uma diminuição da gordura corporal, e aumento da massa magra e um aumento significante da força.
Função sexual e humor: Não há estudos avaliando homens saudáveis, mas foram realizados estudos avaliando homens com diversos tipos de disfunção sexual mostrando aumento da libido e discreta melhora na função erétil. Também ocorre um aumento na sensação de bem – estar.
Sistema Cardiovascular: Pouco ainda é conhecido, mas se observa, que há diminuição da agregação plaquetária e tônus dos vasos, diminuição de LDL (Low density lypoprotein) que é a fração ruim do colesterol e pouca diferença nos níveis de HDL (High density lypoprotein) fração boa do colesterol.
Efeitos Adversos
A única contra – indicação absoluta até agora e a presença de câncer de próstata ou mama. Alguns efeitos adversos são retenção de líquido, apnéia de sono, endurecimento do mama, ginecomastia, aumento das células vermelhas. Devido as incertezas dos efeitos cardiovasculares é possível que ela também se encaixe como um risco. Tanto na Hiperplasia benigna da próstata quanto câncer de próstata não se observaram aumento na incidência dessas doenças mas como ambas tem uma evolução muito lenta e os estudos são recentes os efeitos da reposição sobre a próstata são ainda incertos.
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